Brunno Suênio
Davi Fernandes
A superintendente regional da Polícia Federal no Piauí, delegada Melissa Maximino Pastor, informou nesta quinta-feira (5) que o relatório da extração dos dados do celular — um iPhone 16 Pro Max — apreendido com a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), no Quartel da Polícia Militar do Piauí, já foi enviado à Justiça.
Conforme a delegada, a investigação apontou que a comunicação da parlamentar com o namorado Alandilson os, que está preso em Minas Gerais, configura descumprimento de medidas cautelares. “As investigações já haviam sido concluídas, com o relatório final ofertado, que foi hábil à promoção da denúncia contra os investigados, quando houve a surpresa, obtida por meio da Polícia Militar, da localização — na custódia da investigada — de aparelhos eletrônicos, como tablets e celulares. Ontem, a Polícia Federal concluiu a análise desses equipamentos eletrônicos e encaminhou o material para a apreciação do Poder Judiciário, demonstrando que houve quebra das medidas cautelares impostas”, detalhou a superintendente da PF.
Ainda segundo a delegada Melissa Maximino, com o uso de aparelhos eletrônicos e o descumprimento das medidas cautelares, a ação cometida pela vereadora configura um crime, o que poderia levá-la a perder o benefício da prisão domiciliar, concedido pela Justiça Eleitoral.
“A análise demonstrou o descumprimento das cautelares a partir da troca de mensagens, inclusive, com outros investigados, e a realização de transações bancárias dentro da custódia. As investigações já foram concluídas. Isso representa mais um indício de descumprimento da cautelar já imposta à investigada. Creio que a notícia de que os equipamentos eletrônicos foram encontrados foi divulgada assim que a Polícia Militar os entregou à Polícia Federal, e houve a representação para o ao conteúdo e análise desses equipamentos. As investigações já foram concluídas. Agora, é com o Poder Judiciário e o Ministério Público. [envio de celular para um custodiado] É crime. Inclusive, uma infração disciplinar prevista na Lei de Execução Penal, cabendo, conforme os normativos, a transferência para um regime disciplinar diferenciado”, reforçou a delegada.
Uso de celular de dentro da cadeia
A Coluna do jornalista Brunno Suênio obteve o exclusivo ao relatório da extração de dados do aparelho apreendido com a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), encontrado na sala de Estado-Maior onde ela estava detida, no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí (PM-PI).
A quebra de sigilo telefônico revelou que nem mesmo a prisão impediu o contato entre Tatiana Medeiros e o namorado, Alandilson Cardoso os, apontado como liderança da facção criminosa Bonde dos 40, que também está preso.
Prisão domiciliar da vereadora
Tatiana Medeiros deixou o Quartel do Comando-Geral da PM-PI na tarde dessa terça-feira (3), após decisão da juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, que concedeu prisão domiciliar para a vereadora. Ela foi alvo da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal, que investigou a utilização de recursos oriundos de facção criminosa para financiar sua campanha eleitoral de 2024.
Suplente assume
Nessa quarta-feira (4), o suplente da vereadora, Leôndidas Júnior (PSB), assumiu a vaga na Câmara Municipal, seguindo o prazo de 60 dias após o afastamento da parlamentar.
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