O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias , prestou depoimento na sede da Polícia Federal (PF) na tarde desta segunda-feira (02). O político foi o primeiro a ser ouvido no inquérito que investiga a conduta do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. A investigação apura possíveis tentativas do parlamentar de intimidar e ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação foi solicitada pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR) na semana ada e determinada pelo ministro Alexandre de Moraes . Lindbergh acusa Eduardo Bolsonaro de ter feito declarações em território estrangeiro a fim de espalhar mentiras sobre as instituições democráticas brasileiras e o STF.

Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados
Lindbergh Farias

Já a PGR acusa Eduardo de pelos supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O deputado licenciado está residindo nos Estados Unidos desde fevereiro e defende a imposição de sanções contra Moraes.

Lindbergh confirmou ao entrar na sede da PF que entregaria um dossiê contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro , contendo mais de 600 documentos publicados em redes sociais. Segundo ele, trata-se de um "roteiro" de Eduardo Bolsonaro com parlamentares e autoridades dos Estados Unidos. Ele também informou ao jornalistas presentes que pediu o bloqueio liminar dos bens do ex-presidente Jair Bolsonaro por ele manter o filho nos EUA, bem como a quebra de sigilo bancário e fiscal a fim de rastrear valores enviados ao exterior com o intuito de financiar uma estrutura destinada a atacar o sistema de justiça brasileiro . "As declarações de Bolsonaro são claras. Ele se auto incrimina e as reuniões que ele teve nos EUA tiveram efeito. É uma forma de manutenção dessa organização criminosa fora do país para tentar tirar crédito do STF", disse Linbergh em coletiva de imprensa.