A Polícia Civil do Maranhão identificou indícios de violência política de gênero em mensagens atribuídas ao vice-governador Felipe Camarão (PT) durante conversas com o blogueiro Victor Landim, quando Camarão teria feito comentários misóginos sobre a deputada Mical Damasceno (PSD), chamando-a de "doida" e criticando sua voz de forma sexualizada. O laudo pericial confirmou que as mensagens partiram do celular do vice-governador, embora ele negue autoria e alegue fraude.
O caso ocorreu em 7 de maio, enquanto Mical discursava na Assembleia Legislativa. Landim escreveu a Camarão: "Mical descendo o cacete em você aqui, chefe". O vice respondeu com ofensas como "Imagina comendo essa doida? Eu não fodo essa doida não... até a voz dela é horrível".

O blogueiro publicou o diálogo, mas depois alegou invasão hacker. A perícia, no entanto, atestou a autenticidade das 4.859 mensagens trocadas entre os dois. Mical Damasceno acionou a Secretaria de Segurança Pública do MA, pedindo investigação por violência política de gênero, prevista no artigo 326-B do Código Eleitoral.
A lei pune com 1 a 4 anos de prisão quem humilha ou ameaça mulheres em cargos eletivos por discriminação de gênero ou raça. O TJMA deve decidir se o caso será julgado na Justiça comum ou eleitoral.
Camarão registrou B.O. contra Landim por calúnia e difamação, afirmando que as mensagens foram forjadas para "macular sua imagem". Já o blogueiro relatou à polícia que o vice teria chorado em ligações, pedindo a retirada do post, e até oferecendo algo em troca. Landim também disse ter recebido ameaças de morte após a publicação.
O laudo não encontrou indícios de adulteração, mas itiu que mensagens podem ter sido apagadas.
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