Os Correios registraram um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, mais que o dobro do apurado no mesmo período do ano ado. O resultado negativo ocorre em meio à queda de receitas e ao aumento de despesas, especialmente com pessoal. A receita líquida com a venda de produtos e serviços somou R$ 3,9 bilhões, o que representa uma redução de 12% na comparação anual.
Entre os setores com maior retração, destacou-se o segmento de postagem internacional, cuja receita caiu 58%, fechando o trimestre em R$ 393 milhões. As receitas financeiras da empresa também recuaram significativamente, com uma redução de 46%, atingindo R$ 50 milhões, reflexo da menor rentabilidade das aplicações financeiras da estatal.

Enquanto isso, os custos com os serviços prestados subiram 3,1%, alcançando R$ 4 bilhões. A principal despesa da companhia continua sendo com pessoal, que apresentou um aumento de 8,6%, chegando a R$ 2,7 bilhões. Segundo os Correios, esse crescimento se deve ao reajuste salarial e a outros benefícios concedidos aos empregados no Acordo Coletivo de Trabalho de 2025, que garantiu um reajuste linear de 4,11% a mais de 55 mil trabalhadores, além de uma gratificação de 70% sobre as férias.
Em suas demonstrações financeiras, a estatal ressaltou que o cenário de acirrada competição no setor exige investimentos em inovação e modernização. A empresa também apontou como medidas fundamentais o fortalecimento da relação com o Estado e a busca por novas fontes de receita no setor privado, para garantir a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Entre as ações já implementadas, destacam-se o compartilhamento de unidades operacionais, a revisão de contratos, a otimização da malha logística e a captação de investimentos internacionais para modernização e inovação tecnológica. Além disso, os Correios informaram que estão expandindo as atividades no segmento de encomendas, com o lançamento de um marketplace próprio e o desenvolvimento de novas soluções para o setor público e clientes do comércio eletrônico.
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