O Ministério da Defesa anunciou um corte de R$ 2,6 bilhões no orçamento destinado às Forças Armadas — que incluem o Exército, a Marinha e a Força Aérea Brasileira (FAB). A medida faz parte do bloqueio orçamentário realizado pelo governo federal para cumprir as metas do novo arcabouço fiscal, anunciado na semana ada.
De acordo com oficiais-generais ouvidos pela CNN, o corte foi mais severo do que o esperado. Eles alertam que, com os recursos limitados, as Forças Armadas podem entrar em "modo de sobrevivência", enfrentando dificuldades para manter operações básicas e atividades consideradas estratégicas.

Entre os impactos previstos, estão a restrição na compra de munições, combustível para aviões e veículos blindados, além da possível paralisação de treinamentos e adiamento de projetos de defesa prioritários para a segurança nacional.
Detalhamento do bloqueio
A Defesa foi a segunda pasta com maior contenção de despesas discricionárias, perdendo apenas para o Ministério das Cidades, que teve R$ 4,2 bilhões bloqueados. No total, o governo congelou R$ 31,3 bilhões do orçamento como parte das medidas de contenção.
Do montante de R$ 2,6 bilhões cortados da Defesa, R$ 691,9 milhões correspondem a bloqueios — valores que só poderão ser liberados caso haja redução de outras despesas. Já os R$ 1,9 bilhão restantes estão contingenciados, podendo ser recuperados caso a arrecadação federal aumente.
O cenário preocupa o alto comando das Forças Armadas. Durante cerimônia comemorativa do Dia do Exército, realizada em abril, o comandante da Força, general Tomás Paiva, já havia manifestado apreensão com a escassez de investimentos no setor.
“Voltando nossos olhares para o cenário internacional, podemos verificar que o mundo a por uma transformação rápida e, ao mesmo tempo, profunda em suas estruturas geopolíticas tradicionais. Os investimentos em defesa vêm crescendo exponencialmente em todas as regiões do globo, uma realidade que sugere ao nosso país atenção redobrada em relação à proteção dos brasileiros e dos ativos consagrados pela Constituição”, declarou o general.
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